sexta-feira, 25 de junho de 2010


Durante o mês de novembro de 1904, o Rio de Janeiro, então capital federal, foi palco de uma das maiores revoltas urbanas ocorridas no país: a Revolta da Vacina. Milhares de habitantes tomaram as ruas da cidade em violentos conflitos com a polícia. O motivo era uma polêmica medida adotada pelo governo de então: a vacinação obrigatória.

Contando com uma população de mais de 800 mil habitantes, a cidade era constantemente vitimada por surtos de febre amarela, varíola, peste bubônica, malária, tifo e tuberculose. Na tentativa de pôr fim a esse triste quadro epidemiológico, o presidente Rodrigues Alves convocou o médico sanitarista Oswaldo Cruz, que, de imediato, pôs em marcha um ambicioso plano de saneamento e higienização da cidade. Seu projeto, porém, envolvia controvertidas medidas de controle da população e de seus hábitos de higiene.

Por Marco Cabral dos Santos

http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1702u39.jhtm

COMENTÁRIO

Por mais que pareça que o governo era o "mocinho" nesta história, não era. Eles só queriam mais um método para tentar adestrar os habitantes do Rio de Janeiro daquela época. A prefeitura poderia ter feito esta campanha de forma bem mais civilizada e agradável. Com suas ordens, porém, eles prórpios desencadearam uma revolta. Funcionários entravam na casa dos habitantes e quebravam tudo, com a desculpa de "desimar mosquitos". Essa revolta nos mostra que por mais que o governo pareça ter boas intenções, sempre devemos ficar bem atentos ao que eles realmente querem.
A Campanha Ficha Limpa foi lançada em abril de 2008 com o objetivo de melhorar o perfil dos candidatos e candidatas a cargos eletivos do país. Para isso, foi elaborado um Projeto de Lei de iniciativa popular sobre a vida pregressa dos candidatos que pretende tornar mais rígidos os critérios de inelegibilidades, ou seja, de quem não pode se candidatar.

Qualquer cidadão pode colaborar com a Mobilização. Basta imprimir uma cópia do formulário e coletar assinaturas em sua rua, bairro, trabalho, escola, universidade entre tantos outros locais, sempre explicando sobre o que trata a Campanha. Para quem quiser algumas sugestões, é só utilizar o Roteiro de mobilização.

http://www.cqcblog.com/2009/10/cqc-entra-na-campanha-pela-ficha-limpa.html

COMENTÁRIO
O que é notório neste projeto de lei não é ele próprio, mas sim, a mobilização na população que ele causou. Milhões de pessoas ajudaram com sua assinatura, demonstrando um cansaço da população em aceitar a política como ela está. Ainda se mantém muito longe do que seria o ideal, mas tudo tem que ter um começo.
As diretas já representaram um marco para a sociedade brasileira. Nunca antes no Brasil ocorreu movimento em tão grande escala. Mobilizou milhões de pessoas em toda a nação em busca de um objetivo: eleições diretas e democráticas.

O Brasil estava no final da ditadura, já passava por momentos de transformação desde o final dos anos 1970, com a lei da anistia em 1979, pelo qual políticos exilados puderam retornar ao país e tantos outros foram libertos. Em 1983 começaram as primeiras manifestações em favor do voto direto. Essas manifestações começaram só como encontros, mas seguindo alguns meses, muitas das capitais brasileiras estavam minadas de manifestantes pedindo a abertura dos votos.

Como temos neste momento uma ditadura mais branda, a organização das passeatas, se tornaram mais abertas, e movimentando números gigantes, que foram negados pela mídia pró-ditadura, caso interessante foi o da Folha de São Paulo, passando a defender os manifestantes, publicando as manifestações e números, negadas por emissoras de televisão e outros meio de comunicação. Conforme a pressão aumentava, ficava mais evidente que a ditadura não se manteria por muito tempo. Portanto pode-se perceber uma migração de vários políticos para o lado dos protestantes, não por não acreditarem mais na ditadura, mas sim pra poderem manter suas praças políticas.

As manifestações transcorrem de norte a sul do país, sendo em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (em São Paulo que ocorre a maior manifestação com maior número de pessoas em território nacional) ocorrem as maiores manifestações.

Em consequência deste evento, em 1985 caí à ditadura (pois neste ano assume um presidente civil), mas as eleições diretas só ocorrem em 1989, 4 anos após a queda do regime militar. Sendo Tancredo Neves eleito por voto indireto, por ter morrido antes mesmo de sua posse quem assume a presidência é José Sarney, que havia abandonado a arena e se juntado a Tancredo. Portanto o movimento da diretas já, conseguiram a abertura do voto nas eleições seguintes.

Por Alexandre Henrique Gerhardt
Caras-pintadas foi o nome dado aos jovens e estudantes que, em agosto e setembro de 1992, pintaram o rosto de verde e amarelo e organizaram passeatas pelo impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello. O primeiro presidente eleito pelo voto direto desde 1961 --quando Jânio Quadros saiu vencedor das urnas-- foi acusado pelo próprio irmão, Pedro Collor de Melo, de cumplicidade com seu tesoureiro de campanha, Paulo César Farias, acusado de cometer crimes como enriquecimento ilícito, evasão de divisas e tráfico de influência.

As denúncias, que se intensificaram por todo o mês de maio, culminaram com a formação do Movimento pela Ética na Política, composto por 18 entidades civis, como centrais sindicais, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
18.set.92/Folha Imagem
Estudantes saíram às ruas em 1992 paea pedir o impeachment de Fernando Collor
Estudantes saíram às ruas em 1992 para pedir o impeachment de Fernando Collor

No dia 29 de maio daquele ano, o movimento organizou um fórum pelo afastamento de Collor que contou com a participação de mais entidades, como partidos políticos e a UNE (União Nacional dos Estudantes).

A pressão da sociedade obrigou a instalação de uma CPI no dia 1º de junho de 1992, cujo início foi marcado pelo depoimento de Pedro Collor --no dia 4 daquele mês.

Com o avanço das investigações e com as declarações favoráveis ao afastamento do presidente --como as do então presidente do PT Luiz Inácio Lula da Silva-- sendo amplamente cobertas pela mídia, parcela de jovens da classe média se mobilizou.

A juventude começou a tomar as ruas em agosto. A primeira manifestação aconteceu no dia 11, em uma passeata marcada em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo) que reuniu cerca de 10 mil pessoas.

"A gente saiu do museu, pegou a avenida Paulista, desceu a avenida Brigadeiro Luiz Antônio e terminou em frente à faculdade de direito da USP (Universidade de São Paulo), no Largo São Francisco", diz o prefeito de Nova Iguaçu Lindberg Farias (PT-RJ), que na época era o presidente da UNE.

Tanto aquela como as demais passeatas foram marcadas pela irreverência, diversidade política e apartidarismo. "Os estudantes faziam questão de rechaçar a participação de partidos políticos", afirma a historiadora Maria Aparecida de Aquino, professora da USP. "Era um sinal claro de que os partidos não davam conta das reivindicações."
05.out.07/Folha Imagem
Cecília Lotufo, ex-musa dos cara-pintadas, hoje aos 33 anos: "conquista de todo nós"
Cecília Lotufo, ex-musa dos cara-pintadas, hoje aos 33 anos: "conquista de todo nós"

No dia 14, Collor foi à televisão para convocar a população a vestir verde e amarelo e a sair pelas ruas no domingo, 16, em resposta aos que o atacavam. Mas aquele dia ficou conhecido como "domingo negro" --os jovens saíram às ruas vestindo roupas negras e pintando o rosto da mesma cor em sinal de luto contra a corrupção.

Em Salvador (BA), cerca de 20 mil estudantes também se vestiram de negro e pintaram o rosto de verde e amarelo. Mas as manifestações se avolumaram a partir do dia 25 de agosto, quando o Movimento pela Ética na Política pediu por mais manifestações públicas.

Naquela mesma manhã, 400 mil estudantes com os rostos pintados voltaram ao Masp, mas dessa vez seguiram para o Vale do Anhangabaú. "As passeatas começavam entre 11h e meio-dia. Os estudantes que ainda estavam em aula, pulavam os muros para acompanhar a passeata", afirma Lindberg.

Em Salvador, 80 mil pessoas participaram de uma passeata gritando "fora Collor", enquanto outras 100 mil faziam o mesmo em Recife. No dia seguinte, em Brasília, 60 mil pessoas aguardavam a aprovação do relatório da CPI feito pelo senador Amir Lando (PMDB-RO), que recomendava a abertura de impeachment.

O relatório foi aprovado por 16 votos a cinco. O passo seguinte foi a formulação do pedido de impeachment, que foi entregue na Câmara no dia 1º de setembro.
Eraldo Peres/AP
O ex-presidente Fernando Collor está de volta, agora como senador por Alagoas
O ex-presidente Fernando Collor está de volta, agora como senador por Alagoas

Era mais um motivo para que os caras-pintadas continuassem pelas ruas do país. A principal manifestação foi novamente em São Paulo, agora no dia 18 de setembro. Cerca de 750 mil pessoas ficaram até as 21 horas no Vale do Anhangabaú.

Finalmente, no dia 29, a Câmara dos deputados vota a abertura do impeachment. Em transmissão ao vivo, 448 deputados votaram a favor, 38 contra, 23 não foram à sessão e um se absteve. "Eu estava no Anhangabaú pra assistir a votação no telão", lembra a musa dos caras-pitadas, Cecília Lotufo. "A cada voto, era um abraço com desconhecidos. No final começou um temporal, mas ninguém ligou para a chuva: era uma conquista de todo nós."

Com o processo de impeachment aberto no Senado no dia 2 de outubro, Collor deixou a presidência interinamente. Mas no dia 29 de dezembro de 1992 ele renunciou abrindo espaço para seu vice, Itamar Franco. Apesar da renúncia, o Senado prosseguiu com o processo, que lhe tirou o cargo e o deixou inelegível por oito anos.

Aquela passeata foi comparada pela imprensa ao movimento estudantil de 1968. "A Rede Globo estava passando a minissérie 'Anos Rebeldes', do Gilberto Braga, que falava sobre o papel dos estudantes contra a ditadura", lembra Lindberg. "Em nossa primeira passeata, a gente colou um cartaz que dizia 'Anos Rebeldes, Próximo Capítulo'."

Para a historiadora, os momentos eram muito distintos. "Na década de 1960, os protestos eram pela mudança do regime político do país. Já os caras-pintadas só queriam a queda do presidente", diz. "É um movimento que se extinguiu em si mesmo depois de atingir seu objetivo."

Por Wanderley Preite Sobradinho
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u397259.shtml

COMENTÁRIO
Fora um grupo de jovens muito determinados. Eles nos mostraram que é pela organização, e sem agressões físicas que podemos obter o resultado que almejamos. Eles realmente fizeram história em nossa pátria, conseguindo o impeachment do ex-presiente Collor. Os Caras Pintadas são exemplos de como qualquer cidadão deve se portar diante de suas revoltas, e que com muita garra e determinação podemos sim, melhorar o Brasil que vivemos.
 

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